Para fins de diagnóstico, um laboratório clínico…

Para fins de diagnóstico, um laboratório clínico determinou a quantidade de ânions cloreto (Cl^–) na urina de um paciente pelo método de Volhard. Sabe-se que um adulto em condições normais de saúde excreta de 75 a 200 mmol (milimol) de cloreto na urina por um período de 24 h. Na prática a urina é coletada por 24 h, evaporada e diluída a 1000 mL num balão volumétrico. Uma alíquota de 25,00 mL é transferida para um erlenmeyer e a seguir adicionam-se 50,00 mL de uma solução de AgNO₃ 0,120 mol/L. O excesso desta prata foi titulado com uma solução padrão de KSCN 0,100 mol/L gastando-se 25,42 mL desta solução de KSCN. Calcular a quantidade de cloreto (Cl^–) excretado por este paciente nas 24h, em mmol e verificar se o resultado está em condições de normalidade.

Resolução

Cálculo da quantidade de matéria de nitrato de prata (n_{AgNO3-adicionada}) em 50,00 mL (0,05 L) de solução:

[AgNO₃] = n_AgNO3-ad. / V
n_AgNO3-ad. = [AgNO₃] ∙ V
n_AgNO3-ad. = 0,120 mol/L ∙ 0,05 L
n_AgNO3-ad. = 0,006 mol

Cálculo da quantidade de matéria de tiocianato de potássio (n_KSCN) em 25,42 mL (0,02542 L) de solução adicionada para precipitar a prata restante:

[KSCN] = n_KSCN / V
n_KSCN = [AgNO₃] ∙ V
n_KSCN = 0,100 mol /L ∙ 0,02542 L
n_KSCN = 0,00254 mol

Reação de precipitação do cloreto:

Cℓ^–(aq) + AgNO3(aq) → AgCℓ(s) + NO₃^–(aq)

Reação de precipitação da prata excedente:

Ag⁺(aq) + KSCN(aq) → AgSCN(s) + SCN^–(aq)

A relação estequiométrica em ambas as reações é de 1:1. Assim, sabemos que a quantidade de matéria de cloreto (n_Cℓ) é igual a quantidade de matéria de prata que reagiu (n_AgNO3-reagiu), logo:

n_Cℓ = n_AgNO3-reagiu

Ainda podemos escrever a seguinte relação:

n_AgNO3-reagiu = n_AgNO3-ad. – n_KSCN

Se combinarmos as duas expressões anteriores e substituirmos os valores, temos:

n_Cℓ = n_AgNO3-reagiu
n_Cℓ = n_{AgNO3-ad. –} n_KSCN
n_Cℓ = 0,00600  – 0,00254
n_Cℓ = 0,00346 mol

Então, descobrimos que em 25 mL da urina coletada há 0,00346 mol de cloreto. Então, para 1.000 mL de urina temos:

Lembre-se de que: 1 mol = 1.000 mmol

Portanto, a quantidade de cloreto está dentro da faixa de normalidade (75 – 200 mmol).

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